terça-feira, 8 de junho de 2021

LEONARDO DA VINCI - PINTOR, CIENTISTA, ASTRÔNOMO, ASTRÓLOGO E MAIS...MUITO MAIS...

Leonardo Da Vinci Além de ser um dos pintores mais famosos de todos os tempos, um inventor e cientista muito à frente de seu tempo, Leonardo Da Vinci também tinha profundos conhecimentos de astrologia, que podem ser percebidos em sua obra A Última Ceia. Clarice Helena Souza Quando se fala de Leonardo Da Vinci (1452–1519) logo vem à lembrança seu mais famoso trabalho, A Mona Lisa, e o deslumbrante quadro retratando a última ceia de Cristo. Mas nós não podemos esquecer de falar sobre seus outros e múltiplos talentos. Da Vinci terminou poucos trabalhos, embora esboços e estudos sobre inúmeros outros existam aos milhares. Quando ele por fim se dispunha a pintar uma tela, trabalhava dias seguidos, durante os quais mal se alimentava. Muitas vezes sentava-se em frente à obra por um dia inteiro para acrescentar apenas três pinceladas; e, na manhã seguinte, era capaz de limpar tudo o que havia feito até então e começar de novo. Duvidamos que ele tenha chegado a considerar algum de seus trabalhos como completo. Essa exigência consigo mesmo talvez tenha sido a maior razão de tão poucas obras terem levado a sua assinatura. Um dos trabalhos mais importantes do Renascimento e da arte universal, A Última Ceia, foi pintado na parede do refeitório de um convento, cuja argamassa não estava adaptada para esse fim. Passados vinte anos, uma mancha de umidade criou bolor, o que alterou a pintura. Mais tarde foi aberta uma porta nessa mesma parede com a mais absoluta inconsciência. Quando os soldados de Napoleão invadiram a Itália, divertiram-se a disparar contra as figuras de Cristo e dos apóstolos. Mais tarde, gerações de restauradores adulteraram a obra. A última restauração – a que melhor respeitou o original – quase lhe devolveu a beleza primitiva. Porém, não fossem os vários esboços preliminares do próprio Da Vinci e as cópias feitas por outros artistas logo após a conclusão da obra, hoje mal poderíamos nos dar conta da perfeição com que a pintura foi concebida e executada. Levando em consideração que Da Vinci também tinha conhecimentos de astronomia e que nessa época astronomia e astrologia eram uma única ciência, em A Última Ceia é possível perceber claramente que o artista também era profundo conhecedor da natureza astrológica do ser humano. A Astrologia na Ceia Observando a pintura em detalhe, podemos perceber as seguintes relações astrológicas: * As linhas diagonais do quadro se cruzam no coração do Cristo; * O centro do círculo do arco da porta está na testa do Cristo, expressando a Luz do Mundo, a unidade e a fonte da vida, rodeada pelos 12 tipos humanos, sendo cada apóstolo um receptor das 12 forças básicas originadas pela trindade da luz e seu espectro, que formam 12 pólos e 6 eixos; * Quando olhamos uma mandala astrológica, consideramos os signos dispostos nela em uma ordem da esquerda para a direita. Porém, na astronomia, essa posição zodiacal aparece numa ordem contrária, da direita para a esquerda. Ou seja, um horóscopo é o espelho do universo. É a ordem contrária à que aparece no quadro; * No primeiro eixo temos os signos de Áries e Libra. O primeiro se mostra franco, de personalidade combativa e força na cabeça (a testa iluminada defendendo a verdade). Representado por Simão e sentado à testa da mesa, é o líder que usa a energia, a iniciativa, impondo por suas mãos qual diretiva tomar; * Em 180º, oposto a Áries, está Libra, representado por João. Libra é a harmonia, a justiça, e o próprio semblante de João nos mostra a beleza. João é aquele que medita e mede. Libra é o coordenador, o colaborador, simbolizado pelas mãos entrelaçadas, inclinando a cabeça para evitar o impacto da energia de Áries; * No segundo eixo estão os signos de Touro e Escorpião. Touro é o signo que comanda as glândulas, o signo da obediência, da fecundidade física, representado por Judas Tadeu, com cabelo rico e ondulado, mas o semblante atento, para ver de onde virá a picada. A mão se ergue num gesto de aceitar o comando de Áries, de agradar, de obedecer para realizar. Escorpião é o signo que contraria a matéria física e quer despertar as forças latentes, a vida oculta nessa matéria, para uma transformação e renovação, representadas aqui por Judas Iscariotes. Enquanto Touro aceita e executa com o gesto da mão, Escorpião enfrenta e mostra sua vontade, batendo na mesa, recuando para fixar e estudar o conjunto. Judas Iscariotes está com o saquinho de dinheiro na mão. Ele era o organizador da comunidade dos apóstolos, e se lhe foi dada essa função era porque tinha capacidade para administrar. Judas esperava que Jesus, sempre meigo e pacífico, usasse seu poder divino para comandar a revolta do povo para expulsar os romanos. Quando Jesus mostrou que não usaria seu poder para a matéria, mas para a libertação do espírito, o discípulo decidiu traí-lo e depois acabou aplicando em si mesmo o ferrão. Mas não nos esqueçamos de que sem Iscariotes não haveria a cruz, a prova da ressurreição que libertou a humanidade; * No terceiro eixo estão Gêmeos e Sagitário. Gêmeos é a esquerda e a direita, o movimento da vida, a formação do intelecto. É o dom da palavra, o homem comunicativo, representado por Mateus, o terceiro na ordem dos apóstolos e o repórter da vida de Cristo. Ele estende a cabeça em direção a Simão (Áries) e os braços em direção a Cristo, o que simboliza a dispersão do movimento para todos os lados. O rosto tem o biótipo esguio, correndo, falando, movimentando-se em todas as direções. Sagitário, o nono signo do zodíaco, expressa a lei da evolução na forma de animal humano em busca do Alto, representa a lei, o dogma, a religião, a filosofia e aparece representado por Pedro, o que elaborou o dogma da Igreja. Com a faca na mão direita, representa também a fera, o animal que está no homem. A parte superior inclinada sobre Judas é o ser humano em busca do avanço com o dedo apontado para o divino. É o animal humano tentando chegar a Deus; * O quarto eixo tem Câncer e Capricórnio. Câncer representa sensibilidade, a visão do amanhã e a conservação emocional do ontem, respeito à fé e à gratidão. Na pintura é Felipe, encantado pela fé e pela visão do Cristo, interiorizando-a pelos gestos das mãos que fazem o sinal de seu signo. Fisicamente, tem o rosto cheio e as mãos fofas, representando o “vem a mim”. Contrastando com as de Felipe estão as mãos secas de André, com juntas e ossos salientes, expressando o “longe de mim”, o homem assustado pelo dever, pelo senso de responsabilidade, pela preocupação de ter calculado e raciocinado com precisão; * O quinto eixo traz Leão e Aquário, sendo Leão o simbolismo do Rei, o centro, o governo, o que exerce magnetismo e disciplina sobre os vassalos. É a atração, enquanto Aquário é a irradiação. Leão rege o coração e Aquário as veias e a coluna vertebral. Se o constante pulsar entre esses dois pólos, atraindo e irradiando, falhar, não haverá vida. Leão é representado por Thiago Menor, com os braços abertos, significando que Leão atinge tudo ao seu redor, mas visa o seu próprio coração, o ponto central. Esse gesto dá a entender que ninguém pode duvidar de sua lealdade, da confiança de seu próprio poder e força. Thiago Maior é Aquário, o irmão mais velho, a irradiação, o raio da tempestade que não pode ser detida, a liberdade. Thiago Maior visualiza toda a mesa, encostado em Peixes (Bartolomeu). Ele tem sua experiência, forma sua idéia própria, mas suas mão nas costas de Pedro (Sagitário) perguntam: ”Meu irmão, o que tu achas?”; * O sexto e último eixo é formado por Virgem e Peixes: Thomé e Bartolomeu. Virgem é a natureza em constante movimento e Peixes simboliza a calma. Virgem é a variação da forma, a vida manifestada; Peixes é a síntese da essência da vida. Virgem é o observar, girar e aperfeiçoar. Peixes é o radar, o sentir, a perfeição. Thomé demonstra a ansiedade, a inquietação no rosto, na busca de querer aprender mais de acordo com o que vê, analisando a minúcia dos defeitos. Até diante de Jesus ele levanta o dedo, querendo averiguar e constatar. Aponta e critica o pequeno erro com a ponta do dedo, colocado diante dos próprios olhos. Bartolomeu, no pólo oposto, tem seus pés situados na luz. Sua compreensão da calma, da visão ampla por cima de toda a balbúrdia da mesa, procura sentir, imaginar, penetrar pacificamente na razão de tudo e de todos. Afasta-se da dor e da ansiedade do presente, situando-se na luz. O Cientista As realizações de Da Vinci são quase inacreditáveis para a época. Antes de tentar conquistar o espaço, ele estudou a razão pela qual os pássaros se elevavam contra o vento para voar, e verificou que a disposição das asas os ajudava a subir mais verticalmente. Fazendo experiências com modelos de papel, previu a possibilidade de várias formas de manobras aéreas, para cuja realização redigiu instruções pormenorizadas. Seus primeiros planos para a construção de uma máquina voadora assemelham-se, pela forma, a um morcego. Ele imaginava que as asas deviam bater no ar e, por isso, projetou uma fuselagem articulada, de couro cozido. Não contando com qualquer outra força além da do homem para impulsionar a máquina, imaginou o aviador deitado, com a face para baixo, cortando o ar com o bater das asas. Da Vinci foi o primeiro homem a idealizar uma hélice. No modelo que traçou, a hélice girava horizontalmente, com a fuselagem por baixo, como um helicóptero. A princípio pensou que o aviador usaria pedais para fazer girar as pás da hélice, mas no modelo de cartão que veio a construir utilizou uma mola fortemente enrolada. Tal como ele concebeu, o aparelho se elevaria no ar em linha reta. Suas teorias eram perfeitas, mas como não dispunha de um motor leve nunca pôde vê-las realizadas. Contudo, tentou um vôo numa espécie de planador. O aparelho foi construído no alto de um edifício, com infinitas precauções e no maior segredo. A tentativa de lançar o aparelho, possivelmente com o próprio Da Vinci pilotando, redundou em fracasso e, segundo parece, ele não voltou tentar a façanha. Também desenhou casas pré-fabricadas e portáteis, laminadoras, uma máquina de fazer parafusos, uma niveladora, uma máquina de fiar e uma draga. Foi ele quem primeiro instalou uma agulha magnética num eixo horizontal, dando-nos assim a bússola tal como conhecemos hoje. Foi o inventor daquilo que chamamos de engrenagem diferencial e de um anemômetro, ou indicador da força e velocidade do vento. Idealizou um escafandro e um salva-vidas. Concebeu submarinos de grande raio de ação, mas destruiu os planos porque, em sua opinião, “havia muita maldade nos corações humanos para que se lhes pudesse confiar um segredo de tal natureza sem que praticassem assassinatos no fundo dos mares”. Leonardo Da Vinci 2009-05-06 15:42 Além de ser um dos pintores mais famosos de todos os tempos, um inventor e cientista muito à frente de seu tempo, Leonardo Da Vinci também tinha profundos conhecimentos de astrologia, que podem ser percebidos em sua obra A Última Ceia. Clarice Helena Souza Quando se fala de Leonardo Da Vinci (1452–1519) logo vem à lembrança seu mais famoso trabalho, A Mona Lisa, e o deslumbrante quadro retratando a última ceia de Cristo. Mas nós não podemos esquecer de falar sobre seus outros e múltiplos talentos. Da Vinci terminou poucos trabalhos, embora esboços e estudos sobre inúmeros outros existam aos milhares. Quando ele por fim se dispunha a pintar uma tela, trabalhava dias seguidos, durante os quais mal se alimentava. Muitas vezes sentava-se em frente à obra por um dia inteiro para acrescentar apenas três pinceladas; e, na manhã seguinte, era capaz de limpar tudo o que havia feito até então e começar de novo. Duvidamos que ele tenha chegado a considerar algum de seus trabalhos como completo. Essa exigência consigo mesmo talvez tenha sido a maior razão de tão poucas obras terem levado a sua assinatura. Um dos trabalhos mais importantes do Renascimento e da arte universal, A Última Ceia, foi pintado na parede do refeitório de um convento, cuja argamassa não estava adaptada para esse fim. Passados vinte anos, uma mancha de umidade criou bolor, o que alterou a pintura. Mais tarde foi aberta uma porta nessa mesma parede com a mais absoluta inconsciência. Quando os soldados de Napoleão invadiram a Itália, divertiram-se a disparar contra as figuras de Cristo e dos apóstolos. Mais tarde, gerações de restauradores adulteraram a obra. A última restauração – a que melhor respeitou o original – quase lhe devolveu a beleza primitiva. Porém, não fossem os vários esboços preliminares do próprio Da Vinci e as cópias feitas por outros artistas logo após a conclusão da obra, hoje mal poderíamos nos dar conta da perfeição com que a pintura foi concebida e executada. Levando em consideração que Da Vinci também tinha conhecimentos de astronomia e que nessa época astronomia e astrologia eram uma única ciência, em A Última Ceia é possível perceber claramente que o artista também era profundo conhecedor da natureza astrológica do ser humano. A Astrologia na Ceia Observando a pintura em detalhe, podemos perceber as seguintes relações astrológicas: * As linhas diagonais do quadro se cruzam no coração do Cristo; * O centro do círculo do arco da porta está na testa do Cristo, expressando a Luz do Mundo, a unidade e a fonte da vida, rodeada pelos 12 tipos humanos, sendo cada apóstolo um receptor das 12 forças básicas originadas pela trindade da luz e seu espectro, que formam 12 pólos e 6 eixos; * Quando olhamos uma mandala astrológica, consideramos os signos dispostos nela em uma ordem da esquerda para a direita. Porém, na astronomia, essa posição zodiacal aparece numa ordem contrária, da direita para a esquerda. Ou seja, um horóscopo é o espelho do universo. É a ordem contrária à que aparece no quadro; * No primeiro eixo temos os signos de Áries e Libra. O primeiro se mostra franco, de personalidade combativa e força na cabeça (a testa iluminada defendendo a verdade). Representado por Simão e sentado à testa da mesa, é o líder que usa a energia, a iniciativa, impondo por suas mãos qual diretiva tomar; * Em 180º, oposto a Áries, está Libra, representado por João. Libra é a harmonia, a justiça, e o próprio semblante de João nos mostra a beleza. João é aquele que medita e mede. Libra é o coordenador, o colaborador, simbolizado pelas mãos entrelaçadas, inclinando a cabeça para evitar o impacto da energia de Áries; * No segundo eixo estão os signos de Touro e Escorpião. Touro é o signo que comanda as glândulas, o signo da obediência, da fecundidade física, representado por Judas Tadeu, com cabelo rico e ondulado, mas o semblante atento, para ver de onde virá a picada. A mão se ergue num gesto de aceitar o comando de Áries, de agradar, de obedecer para realizar. Escorpião é o signo que contraria a matéria física e quer despertar as forças latentes, a vida oculta nessa matéria, para uma transformação e renovação, representadas aqui por Judas Iscariotes. Enquanto Touro aceita e executa com o gesto da mão, Escorpião enfrenta e mostra sua vontade, batendo na mesa, recuando para fixar e estudar o conjunto. Judas Iscariotes está com o saquinho de dinheiro na mão. Ele era o organizador da comunidade dos apóstolos, e se lhe foi dada essa função era porque tinha capacidade para administrar. Judas esperava que Jesus, sempre meigo e pacífico, usasse seu poder divino para comandar a revolta do povo para expulsar os romanos. Quando Jesus mostrou que não usaria seu poder para a matéria, mas para a libertação do espírito, o discípulo decidiu traí-lo e depois acabou aplicando em si mesmo o ferrão. Mas não nos esqueçamos de que sem Iscariotes não haveria a cruz, a prova da ressurreição que libertou a humanidade; * No terceiro eixo estão Gêmeos e Sagitário. Gêmeos é a esquerda e a direita, o movimento da vida, a formação do intelecto. É o dom da palavra, o homem comunicativo, representado por Mateus, o terceiro na ordem dos apóstolos e o repórter da vida de Cristo. Ele estende a cabeça em direção a Simão (Áries) e os braços em direção a Cristo, o que simboliza a dispersão do movimento para todos os lados. O rosto tem o biótipo esguio, correndo, falando, movimentando-se em todas as direções. Sagitário, o nono signo do zodíaco, expressa a lei da evolução na forma de animal humano em busca do Alto, representa a lei, o dogma, a religião, a filosofia e aparece representado por Pedro, o que elaborou o dogma da Igreja. Com a faca na mão direita, representa também a fera, o animal que está no homem. A parte superior inclinada sobre Judas é o ser humano em busca do avanço com o dedo apontado para o divino. É o animal humano tentando chegar a Deus; * O quarto eixo tem Câncer e Capricórnio. Câncer representa sensibilidade, a visão do amanhã e a conservação emocional do ontem, respeito à fé e à gratidão. Na pintura é Felipe, encantado pela fé e pela visão do Cristo, interiorizando-a pelos gestos das mãos que fazem o sinal de seu signo. Fisicamente, tem o rosto cheio e as mãos fofas, representando o “vem a mim”. Contrastando com as de Felipe estão as mãos secas de André, com juntas e ossos salientes, expressando o “longe de mim”, o homem assustado pelo dever, pelo senso de responsabilidade, pela preocupação de ter calculado e raciocinado com precisão; O quinto eixo traz Leão e Aquário, sendo Leão o simbolismo do Rei, o centro, o governo, o que exerce magnetismo e disciplina sobre os vassalos. É a atração, enquanto Aquário é a irradiação. Leão rege o coração e Aquário as veias e a coluna vertebral. Se o constante pulsar entre esses dois pólos, atraindo e irradiando, falhar, não haverá vida. Leão é representado por Thiago Menor, com os braços abertos, significando que Leão atinge tudo ao seu redor, mas visa o seu próprio coração, o ponto central. Esse gesto dá a entender que ninguém pode duvidar de sua lealdade, da confiança de seu próprio poder e força. Thiago Maior é Aquário, o irmão mais velho, a irradiação, o raio da tempestade que não pode ser detida, a liberdade. Thiago Maior visualiza toda a mesa, encostado em Peixes (Bartolomeu). Ele tem sua experiência, forma sua idéia própria, mas suas mão nas costas de Pedro (Sagitário) perguntam: ”Meu irmão, o que tu achas?”; * O sexto e último eixo é formado por Virgem e Peixes: Thomé e Bartolomeu. Virgem é a natureza em constante movimento e Peixes simboliza a calma. Virgem é a variação da forma, a vida manifestada; Peixes é a síntese da essência da vida. Virgem é o observar, girar e aperfeiçoar. Peixes é o radar, o sentir, a perfeição. Thomé demonstra a ansiedade, a inquietação no rosto, na busca de querer aprender mais de acordo com o que vê, analisando a minúcia dos defeitos. Até diante de Jesus ele levanta o dedo, querendo averiguar e constatar. Aponta e critica o pequeno erro com a ponta do dedo, colocado diante dos próprios olhos. Bartolomeu, no pólo oposto, tem seus pés situados na luz. Sua compreensão da calma, da visão ampla por cima de toda a balbúrdia da mesa, procura sentir, imaginar, penetrar pacificamente na razão de tudo e de todos. Afasta-se da dor e da ansiedade do presente, situando-se na luz. O Cientista As realizações de Da Vinci são quase inacreditáveis para a época. Antes de tentar conquistar o espaço, ele estudou a razão pela qual os pássaros se elevavam contra o vento para voar, e verificou que a disposição das asas os ajudava a subir mais verticalmente. Fazendo experiências com modelos de papel, previu a possibilidade de várias formas de manobras aéreas, para cuja realização redigiu instruções pormenorizadas. Seus primeiros planos para a construção de uma máquina voadora assemelham-se, pela forma, a um morcego. Ele imaginava que as asas deviam bater no ar e, por isso, projetou uma fuselagem articulada, de couro cozido. Não contando com qualquer outra força além da do homem para impulsionar a máquina, imaginou o aviador deitado, com a face para baixo, cortando o ar com o bater das asas. Da Vinci foi o primeiro homem a idealizar uma hélice. No modelo que traçou, a hélice girava horizontalmente, com a fuselagem por baixo, como um helicóptero. A princípio pensou que o aviador usaria pedais para fazer girar as pás da hélice, mas no modelo de cartão que veio a construir utilizou uma mola fortemente enrolada. Tal como ele concebeu, o aparelho se elevaria no ar em linha reta. Suas teorias eram perfeitas, mas como não dispunha de um motor leve nunca pôde vê-las realizadas. Contudo, tentou um vôo numa espécie de planador. O aparelho foi construído no alto de um edifício, com infinitas precauções e no maior segredo. A tentativa de lançar o aparelho, possivelmente com o próprio Da Vinci pilotando, redundou em fracasso e, segundo parece, ele não voltou tentar a façanha. Também desenhou casas pré-fabricadas e portáteis, laminadoras, uma máquina de fazer parafusos, uma niveladora, uma máquina de fiar e uma draga. Foi ele quem primeiro instalou uma agulha magnética num eixo horizontal, dando-nos assim a bússola tal como conhecemos hoje. Foi o inventor daquilo que chamamos de engrenagem diferencial e de um anemômetro, ou indicador da força e velocidade do vento. Idealizou um escafandro e um salva-vidas. Concebeu submarinos de grande raio de ação, mas destruiu os planos porque, em sua opinião, “havia muita maldade nos corações humanos para que se lhes pudesse confiar um segredo de tal natureza sem que praticassem assassinatos no fundo dos mares”. Foi o primeiro cientista a concluir que os fósseis eram a marca de animais extintos, que viveram quando as rochas em que se encontravam não passavam de sedimentos existentes no fundo do mar. “É que a Terra”, disse ele, “não tem apenas cinco mil anos”. Um século antes de Galileu e da existência do telescópio, já concebera a idéia de que a Terra não é o centro do universo, mas move-se em torno do Sol, descrevendo uma órbita elíptica. Chegou até a sugerir a teoria atômica da matéria e foi ao ponto de predizer os resultados que tal conhecimento podia trazer ao mundo ao escrever: “Surgirá do solo algo cujo estrondo aterrador espantará quantos estiverem próximos, matará os homens com o seu sopro e devastará cidades e castelos. Parecerá aos homens que novas forças de destruição surgirão sobre eles dos céus e que chamas descerão das alturas”. Não causa surpresa que parecessem cansados os olhos que tanto viram e visionaram. A julgar pelo auto-retrato, feito por volta de 1510 aos cinqüenta e oito anos, Leonardo Da Vinci tinha o aspecto de um ancião venerável e pensativo, mas um tanto desiludido, como se as muitas vidas que ele tentara viver lhe tivessem consumido quase toda a energia física.